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Casais apaixonados por todo o Brasil comemoram neste domingo (12) o Dia dos Namorados. Entre flores, ursinhos, cartas e outros presentes, muitas pessoas vão dizer ao companheiro o que sentem no coração… Mas será que é no coração que você realmente sente essa paixão?
Um artigo da academia norte-americana de saúde New York Presbyterian aponta o cérebro como principal órgão responsável por transmitir as sensações do amor. São descargas hormonais que causam perda de apetite, inquietação, necessidade de proteger o companheiro, entre outras emoções.
“Quando as pessoas se apaixonam, tem muita coisa acontecendo em nível neurológico”, explica o Dr. Philip Stieg, neurocirurgião chefe do New York Presbyterian. “Claro, não há um ‘lugar do amor’ no cérebro que nos diga como sentir”, ressalta o pesquisador.
Normalmente, tudo começa com o aumento de produção de testosterona e estrogênio, o que causa uma forte sensação de desejo. Em seguida, o cérebro produz altos níveis de dopamina, diretamente ligado à experiência do prazer.
O coração entra na história junto com a norepinefrina, que aumenta os batimentos cardíacos, causa inquietação e perda de apetite. É nesse momento que os apaixonados sentem aquele calor e outras sensações estranhas no corpo, quase que incompreensíveis.
Quando o sentimento entre duas pessoas se torna mais intenso, o cérebro volta a trabalhar liberando oxitocina e vasopressina, fazendo com que o casal se sinta mais atraído fisicamente, além de gerar a necessidade de proteger o parceiro.
Evandro Leal/Enquadrar/Estadão Conteúdo- 7.6.2022
Aquela paixão arrebatedora dos primeiros meses vai diminuindo aos poucos, mas isso não necessariamente significa o fim do relacionamento. Segundo o Conselho Internacional de Ciência, os casais vivem fases diferentes de intensidade sentimental provocadas pelo cérebro.
No começo, o fluxo sanguíneo vai direto para o centro de prazer do cérebro, chamado pelo conselho de “fase da lua de mel”, que é quando o ser humano tem uma fixação pelo parceiro. Entretanto, em um curto espaço de tempo, esse sentimento some, graças à tolerância que o corpo cria aos estimulantes do prazer.
A terceira fase, que constrói os relacionamentos mais duradouros, é o apego e a sensação de segurança que permanece no corpo enquanto o namoro ou casamento se mantém firme.
Se o cérebro é o órgão primordial nas sensações que envolvem o amor, onde e quando surgiu a mística sobre o coração e esses sentimentos? O doutor em cardiologia e médico do Hospital Sírio-Libanês João Vicente da Silveira explicou ao R7 que essa crença existe há mais de 2.000 anos.
“O coração é considerado o órgão que representa o amor desde a antiguidade porque o coração é um órgão que tem reflexo no estado emocional da pessoa. Quando existe uma emoção boa, gostosa, uma sensação de encontrar uma pessoa amada, uma pessoa apaixonada, ele costuma ter alterações hormonais liberadas no sangue, atuando no coração”, conta Silveira.
Ainda de acordo com o cardiologista, essa sensação de bem-estar e alegria é relacionada ao coração pelo aumento da frequência cardíaca, uma maneira mais simples de as pessoas perceberem fisicamente esse sentimento.