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Os países da União Europeia e os negociadores do Parlamento Europeu anunciaram nesta terça-feira (7) um acordo para impor um carregador único e universal para smartphones, tablets e dispositivos portáteis no bloco até o fim de 2024.
A norma será uma entrada USB-C para todos esses dispositivos, com o objetivo de limitar os resíduos tóxicos de milhares e milhares de cabos de vários formatos e defender o direito dos consumidores, obrigados a acumular vários carregadores.
O projeto enfrentou forte oposição do gigante de tecnologia Apple, que defende sua conexão e tecnologia de carregamento Lightning.
O comissário europeu da Indústria, Thierry Breton, saudou o acordo e afirmou no Twitter que “o interesse geral da União Europeia prevaleceu”. O acordo significa “mais economia para os consumidores do bloco e menos resíduos para o planeta”.
Em comunicado à imprensa, o Parlamento Europeu observou que o projeto “faz parte de um esforço mais amplo da União Europeia para tornar os produtos mais sustentáveis, reduzir o lixo eletrônico e facilitar a vida dos consumidores”.
Assim, “os consumidores não precisarão mais de um dispositivo e cabo de carregamento diferentes toda vez que comprarem um novo aparelho e poderão usar um carregador para todos os seus dispositivos eletrônicos portáteis de pequeno e médio porte”, acrescentou a nota.
O Parlamento destacou ainda que a velocidade de carregamento será “harmonizada para dispositivos que suportam carregamento rápido, permitindo aos consumidores carregar os seus dispositivos à mesma velocidade com qualquer carregador compatível”.
O eurodeputado conservador búlgaro Andrey Kovatchev, um dos principais negociadores do acordo, destacou que “esse novo regulamento facilitará a vida dos consumidores europeus e também será melhor para o meio ambiente”.
“Chegou a hora de acabar com as gavetas de cabos que todos temos e reduzir cerca de 11.000 toneladas de lixo eletrônico por ano”, disse.
De acordo com a União Europeia, os consumidores europeus gastam um total de cerca de 2,4 bilhões de euros (aproximadamente R$ 12,5 bilhões) anualmente em cabos e adaptadores para carregar seus dispositivos móveis.
Em 2009, a Comissão Europeia promoveu um acordo de adoção voluntária com a indústria para reduzir o enorme custo dos cabos, mas não conseguiu convencer a Apple a aderir. A empresa alega que a adoção de um único carregador é um freio à inovação.