OMS não recomenda vacinação em massa contra varíola do macaco

Vacinação é recomendada para grupos específicos, como profissionais de saúde

Vacinação é recomendada para grupos específicos, como profissionais de saúde
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A OMS (Organização Mundial da Saúde) não considera prioridade a vacinação em nenhum país contra a varíola do macaco, doença que teve mais de 300 casos registrados em países não endêmicos, segundo afirmaram nesta sexta-feira (27) especialistas da agência.

“O rastreamento de contatos, o estudo dos casos e o isolamento são, por enquanto, as principais ferramentas para controlar a enfermidade”, afirmou Rosamund Lewis, do departamento de varíola da OMS, durante sessão técnica sobre o surto realizada na assembleia anual da organização.

Mike Ryan, diretor de emergências sanitárias da agência, por sua vez, afirmou que, “provavelmente, cada país precisará de um pequeno contingente de vacinas, mas não em grande escala”.

Sobre os grupos que poderiam ser alvo de campanhas de imunização, Lewis disse que cada país poderia traçar as próprias diretrizes, mas que desde 2013 há recomendação para que sejam vacinados contra esse vírus os funcionários de laboratórios e profissionais de saúde e de primeiros socorros.

O imunizante contra a varíola convencional, doença mais grave, erradicada desde 1978, contudo, é altamente efetivo, embora a OMS admita não ter dados sobre as doses armazenadas no planeta. Por causa disso, foi solicitado que os países divulguem informações sobre o tema.

Paralelamente, uma vacina mais moderna contra a varíola do macaco foi aprovada pelos órgãos reguladores de Estados Unidos e Canadá, embora não tivesse sido submetida a estudos de classificação da OMS, explicou Lewis.

Sylvie Briand, diretora para doenças epidêmicas e pandêmicas da OMS, garantiu que a agência exclui, atualmente, a possibilidade de recomendar a limitação de viagens devido ao presente surto da doença.

A sessão técnica de hoje não teve apresentação de dados por país, embora tivesse sido informado que Espanha, Portugal, Reino Unido, Canadá e EUA são os mais afetados pela propagação da doença entre os não endêmicos.

Briand explicou que a doença “não deve preocupar o público em geral como as outras doenças de rápida transmissão, como a Covid-19”, nem deve causar ansiedade, embora tenha pedido que se aumente a vigilância sanitária geral.

Segundo a diretora da OMS, a taxa de letalidade da varíola dos macacos nos países endêmicos (da África Central e da África Ocidental) varia de 3% a 6%.

“No geral, é uma doença de sintomas moderados, mas pode ser mais grave em crianças, mulheres grávidas ou pessoas com determinadas condições de saúde”, disse a especialista.

Geralmente, a infecção dura de duas a quatro semanas e costuma começar com febre, dores de cabeça, fadiga ou coceira, podendo passar para erupções cutâneas que em geral começam no rosto e podem se propagar, disse Briand.

Como medidas preventivas, a OMS recomenda evitar o contato físico com infectados, usar máscara ao estar próximo deles ou de suas roupas, além de limpar e desinfectar superfícies possivelmente contaminadas.


Arte/R7