REUTERS/Catherine Ivill – 25.10.2020
Uma imagem em que o jogador de futebol Jamie Vardy comemora um gol, em dezembro de 2020, pelo seu time, o Leicester, no campeonato inglês voltou à tona nos últimos dias.
A comemoração efusiva ocorreu após um gol no último lance da partida, que deu a vitória a seu time contra o Sheffield United por 2 a 1, pelo torneio local. O problema da empolgação foi que Vardy chutou a bandeira de escanteio, que estava personalizada com as cores do arco-íris.
A bandeira com as cores do movimento LGBTQIAP+ faz parte de uma campanha da Premier League, o campeonato de futebol do Reino Unido. Nela, os clubes participam de ações que encorajam as lutas pela inclusão e de apoio a essa comunidade.
No entanto, sempre que há ações de inclusão no futebol, é exibida a foto de Vardy, como se ele representasse um adversário da causa LGBTQIAP+.
Porém, diferentemente do que usuários e publicações nas redes sociais tentam sugerir, Vardy parece não ter tido a intenção de ser homofóbico ou de criticar o movimento na comemoração.
O atacante inglês, que se empolgou com o gol crucial que deu a vitória a seu time, fez questão de consertar a gafe e colocar a bandeira no lugar.
Além disso, dias após o jogo, o próprio Vardy assinou a bandeira do arco-íris e a doou ao Foxes Pride, grupo de torcedores do Leicester que integra a comunidade LGBT.
“Foxes Pride, continuem com o bom trabalho!”, escreveu Vardy.
O motivo de Vardy ter voltado a ser assunto foi a atitude recente de outro jogador, o meia senegalês Idrissa Gueye, do PSG.
O companheiro de Neymar na equipe parisiense teria se recusado a entrar em campo no sábado (14) por causa do uniforme usado por sua equipe, que pintou o número das camisetas com as cores do arco-íris, em apoio à causa LGBTQIA+.
No campeonato francês, os clubes participam, desde a temporada passada, de uma campanha contra a homofobia, bifobia e transfobia em jogos próximos a 17 de maio, Dia Internacional da Luta contra a LGBTfobia.
No entanto, pelo segundo ano consecutivo, Gueye ficou de fora do jogo quando o PSG usou a camiseta especial. No ano passado, a justificativa foi uma gastroenterite. Em 2022, o técnico da equipe parisiense, Mauricio Pochettino, alegou que o meio-campista precisava resolver problemas particulares.
A imprensa europeia publicou que na realidade Gueye pediu para não jogar por ser contra a defesa do movimento.
Em seu país de origem, o jogador recebeu o apoio de representantes do governo, que pediram respeito ao jogador por suas convicções religiosas. O meia é muçulmano.
Em seu Twitter, o presidente do Senegal, Macky Sall, afirmou: “Eu apoio Idrissa Gana Gueye. Suas convicções religiosas devem ser respeitadas”.
Usuários contrários à causa LGBT resgataram a foto em que Vardy chuta a bandeira com as cores do arco-íris para endossar o apoio à recusa de Gueye, muito provavelmente sem saber que se tratou apenas de uma comemoração de gol, e não de um ato de protesto contra a causa.
Portanto, pode-se dizer que é no mínimo curioso, para não dizer errado, usar a imagem de Vardy para demonstrar apoio a Gueye.
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* Estagiário do R7, com edição de texto de Marcos Rogério Lopes